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23 agosto 2012

OS TEMPLÁRIOS - THE TEMPLARS

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As Cruzadas foram constituídas no fim do século XI, no ano de 1095, quando o Papa Urbano II dirigiu-se ao sul da França onde estava reunido o Concílio de Clermont. Neste momento da história fez um apelo aos Cristãos presentes, para jurarem colocar suas armas e vidas a serviço da Igreja na luta contra os infiéis, com o grito de "Deus o quer".

Entre os anos 1096 e 1270 houve várias Cruzadas oficiais, e no decorrer delas o mundo ocidental percebeu que era necessário criar grupos paramilitares para exercer funções de apoio, tais como policiamento e a preservação da fé Cristã. 

Estes grupos foram a base das Ordens militares, que com forte espírito religioso criaram seus próprios Estatutos. Os recursos financeiros provinham dos próprios membros ou de doações de peregrinos, monarcas ou mercadores agradecidos pela proteção recebida.

Outras fontes eram os lucros conquistados no campo de batalha, assim como as doações de crentes que esperavam receber a graça Divina. Com o tempo estas Ordens converteram-se em poderosos grupos, tanto econômicos como militares e políticos.

As Ordens assim formadas foram muitas, sendo a primeira a Ordem dos Hospitaleiros, fundada em 1113, e organizada conforme a regra de Santo Agostinho. Posteriormente surgiram a Ordem dos Cavaleiros de Alcântara, de São João de Jerusalém, de Calatrava, de Avis e a Ordem dos Templários, entre outras.

As atuações foram diferentes se comparadas entre si, mas todas sempre se situaram dentro do contexto militar-religioso e contribuíram para criar as melhores tradições da cavalaria medieval.

A primeira Cruzada do Papa Urbano II tinha criado os Estados Latinos do Oriente. Hughes de Payns, um cavaleiro francês nascido aproximadamente em 1080, participante da primeira Cruzada onde conheceu Godefroy de Bouillon, desenvolve a ideia humanitária de cuidar da via de peregrinação de Jafa a Jerusalém, o que lhe permitiria ficar no Templo, localizado no mesmo lugar onde foi construído séculos atrás o Templo de Salomão.

Hughes de Payns viaja até Jerusalém e apresenta-se ao Rei Balduíno II, primo de Godefroy de Bouillon, que aceita seu projeto e cede-lhes uma construção usada como mesquita, encostada ao Templo. Por este motivo passam a ser conhecidos como os Cavaleiros do Templo ou Templários.

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"A Primeira Grande Missão" dos Templários seria encontrar algo de muito valor que foi perdido, como símbolo da eterna procura da Verdade, da Sabedoria, do Conhecimento e da Perfeição do Homem: O Santo Graal.

Em 1128 é celebrado o Concílio de Troyes, exclusivamente para conhecer e aprovar a Ordem dos Templários, seguindo a Regra preparada por São Bernardo. Estas Regras eram um conjunto de deveres militares e religiosos, muito rigorosos e eram regidos pelo número três, considerado cabalístico pelos Templários:

- Aos cavaleiros impõe-se o hábito branco, cabelos rasos e conservar a barba, e aos oficiais inferiores e escudeiros a usar manto preto, sendo obrigatória a simplicidade no vestir.

- Deviam ser pronunciados os votos de castidade, pobreza e obediência, e as assistências aos ofícios religiosos de dia e de noite eram obrigatórias.

- O cavaleiro tinha três cavalos, comiam carne três vezes na semana e nos dias em que não a comiam podiam optar por três pratos diferentes.

- Adoravam a Cruz solenemente três vezes por ano, juravam não fugir na presença de três inimigos, e se lutassem para defender a vida contra outros não hereges só deveriam reagir depois de três vezes atacados.

- Flagelavam-se por três vezes aqueles que tinham merecido esta correção, e os cavaleiros em combate jamais podiam pedir clemência.

Também não poderiam pagar resgate quando feitos prisioneiros, e em virtude disso os Templários caídos prisioneiros, inclusive Grão-Mestres, foram quase sempre executados. Os cavaleiros deviam estar sempre dispostos a dar a vida pelos seus irmãos, que eram iguais entre si e não devia haver nenhuma diferença entre as pessoas.

A Ordem eliminava absolutamente as diferenças de classes sociais, seguindo fielmente a doutrina do Nazareno. Quando aprovadas estas Regras pelo Concílio de Troyes, estava oficialmente reconhecida e formada a Ordem dos Templários. 

O poder central dos Templários também desenvolveu outras atividades tendentes a agilizar o progresso econômico e social como:


Vias de comunicação e proteção aos viajantes e ao transporte de produtos, que sofriam permanentemente a ação dos salteadores. 

- Supressão de cobrança de pedágio imposto pelos senhores feudais, liberando desse pedágio a quem utilizasse as pontes e estradas templárias.

- Desenvolvimento de culturas como de trigo e cevada, para diminuir a fome que dizimava as populações mais carentes.

- Convite a artesãos, construtores e outros, para se instalarem em terras templárias onde poderiam trabalhar livremente sem sofrer taxas.

- Liberação dos servos do sistema feudal aos que viviam nas comendadorias templárias.


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"A Segunda Grande Missão", o objetivo social da Ordem, visava organizar uma nova sociedade na qual todos seriam iguais, trabalhando com segurança e vivendo em paz e prosperidade. Esta filosofia comunal, colocava em grande perigo os dois poderes que governavam sem oposição e dentro do maior absolutismo, a Monarquia e o Papado.

O Rei havia analisado as ações dos Templários e decidido pela destruição da Ordem. Na França a Ordem era proprietária de umas 2.000 comendadorias e cada uma delas possuía em média 1.000 hectares de terra cultivável. Estas medidas tiveram como resultado liberar o comércio da tutela do governo estabelecido, passando ao controle indireto da Ordem.

Os Templários, especialistas na construção de fortalezas militares, aproveitando a experiência dos bizantinos, que unida às máquinas de guerra que lhes permitiam movimentar grandes pedras, dedicaram-se a construir catedrais. Por isso, os Templários são considerados como os precursores das associações de pedreiros e a origem da Maçonaria.

A expressão francomaçom é de origem francesa e apareceu entre os anos 1376 e 1396. Nessa época chegaram na Escócia os Templários fugidos da perseguição francesa, e assim ocultaram suas identidades atuando como pedreiros.

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"A Terceira Grande Missão" dos Templários foi a Construção do Templo. Entre 1146 e 1272 são construídas na França uma infinidade de catedrais de grande porte, o que evidencia a existência de várias comunidades de construtores em ação.

A França tinha, no início do século XIII, 10 milhões de habitantes, uma população esfomeada, empobrecida, participando das Cruzadas e de guerras regionais, mas mesmo assim havia uma quantidade impressionante de profissionais construtores. 

Em 1303, no reinado de Felipe, o Belo, a situação financeira da França piorava cada vez mais e o povo estava cansado dos impostos abusivos. A situação foi agravada quando os funcionários encarregados das finanças do reino promulgaram uma lei pela qual era criada uma nova moeda, reduzindo a moeda existente à metade do seu valor.

O povo revoltou-se e dirigiu-se à residência do Rei Felipe, que teve de escapar, sendo escondido pelos Templários na câmara secreta do Templo em Paris, onde era guardada parte importante das riquezas da Ordem, que seriam o alvo futuro do ambicioso Rei. Felipe pôde voltar em segurança ao seu Palácio após revogar a nova lei implementada, o que acalmou a população.

O Rei decide chamar à sua presença o Grão-Mestre da Ordem dos Templários, Jacques de Molay. Ele nasceu em Beçanson, França, entre 1240 e 1243, de família nobre, tendo ingressado na Ordem em 1265. Foi enviado à Palestina onde esteve sob as ordens do Grão-Mestre Guilherme de Beuajen, até sua morte, em 1298, quando Jacques de Molay foi eleito Grão-Mestre por unanimidade.

O aparente motivo da requisição do Rei para a presença de Jacques de Molay, era ouvir a sua opinião sobre uma nova Cruzada e sobre a possibilidade de fundir as duas grandes Ordens, a dos Templários e dos Hospitaleiros de São João. 

Então, no início de 1307, Jacques de Molay viaja acompanhado de 200 cavaleiros, transportando todo o tesouro que a Ordem possuía no Oriente, estimado em 150.000 peças de ouro e grande quantidade de prata, levadas ao lombo de mulas. Jacques de Molay e seus dignitários foram recebidos com grande pompa pelo Rei Felipe, o Belo.

O Rei, conhecendo o poder de sua futura vítima, procurou algum tipo de aliança com Jacques de Molay. Nomeou-o padrinho de um de seus filhos e propôs-lhe o ingresso de outro na Ordem dos Templários.

Evidentemente este novo membro da Ordem, em razão de sua linhagem real, deveria ser a curto prazo o novo Grão-Mestre. Jacques de Molay recusou gentilmente, mas com firmeza, as ofertas. Mesmo assim, o Rei, sempre com cobiça, conseguiu da parte de Jacques de Molay um enorme dote para sua filha Isabel, que estava pronta para casar-se.

Jacques de Molay recusou a fusão com os Hospitaleiros, porque percebeu que a nova Ordem ficaria sob o comando do filho do Rei. A fusão também não era interessante porque poderia afastar os Templários da tríplice missão.

Diante da recusa de Jacques de Molay, o Rei fez espalhar horríveis calúnias sobre os Templários, que estarreceram a mentalidade simples do povo. Em 14 de setembro de 1307, o Rei decreta a prisão de todos os Templários dentro de seu reino e o embargo de todos os seus bens. 

O processo desenvolvido pelo Rei da França atingiu todos os Templários, como pessoas, pois como Ordem, dependiam exclusivamente do Papa Clemente V, que ainda não decidira dar início oficial a tanta ignomínia. Mas o objetivo principal do Rei era a Ordem, para poder apropriar-se de todos os seus bens, ao menos na França.

Desta forma, decidiu envolver a Santa Inquisição no processo através de Guilherme de Paris, Inquisidor da Fé desde 1303, e decidiu julgar os Templários individualmente e que se obtivesse confissões mediante tortura, se necessário.

O Rei desejava envolver a Ordem de tal maneira que, quando o Papa decidisse iniciar o julgamento contra a mesma, já estivesse tudo preparado. A Inquisição também desejava o controle absoluto da Igreja, e a Ordem dos Templários, com seu poder econômico e militar, era um sério tropeço que seria bom eliminar. 

A passividade com que os Templários se deixaram prender pelas forças do Rei, apesar de terem na França 3.000 cavaleiros de primeira linha e serem infinitamente superiores aos militares do Rei, é explicada pelo fato de que os Templários juravam lutar contra os inimigos da Fé, que tradicionalmente eram de outra raça.

A regra proibia-lhes combater contra Cristãos, somente podiam reagir quando três vezes atacados, e em caso de conflito. A declaração ou ordem de lutar somente podia vir do Grão-Mestre, e estando ele preso, os Templários, com uma disciplina pouco comum, se limitaram a obedecer as regras juradas.

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Acolhendo os conselhos do Rei, a Inquisição foi violenta com os Templários, encarcerando-os, torturando-os e queimando-os. Dezenas de Templários foram queimados vivos em Paris, antes mesmo de serem interrogados.

Julgamentos em outros países não foram tão rigorosos. Por exemplo. Em 16 de outubro de 1311, reuniu-se em Viena um Concílio Geral para julgá-los e que deu em nada. Em Aragão e Portugal, eles foram autorizados a ingressar em outras Ordens se o desejassem.

Na Alemanha e na Itália, eles foram simplesmente absolvidos e na Inglaterra eles foram detidos e submetidos a processo pelos Inquisidores, mas sem a amplitude e violência da França. Em 21 de outubro de 1310 o Concílio de Salamanca absolveu os Templários de toda a culpa.

Vendo que o clima podia mudar a favor deles, em 1312, o Papa Clemente V emitiu a Bula Vox Clamantis extinguindo a Ordem, e no dia 2 de maio do mesmo ano a Bula Ad Providas, que regulamentava a requisição de seus bens.

Em 3 de março de 1314, o Grão-Mestre Jacques de Molay comparece ao átrio de Notre Dame, em Paris, para ouvir a sentença que os condenará a prisão perpétua.

Mas Jacques de Molay toma a palavra, retratando-se publicamente das confissões obtidas sob tortura e declarando a Regra do Templo como santa, justa e Católica, sendo seguido nessa atitude por Geoffroy de Charnay.

Diante de tamanha mostra de rebeldia e coragem contra o Rei e a Inquisição, a reação das autoridades francesas foi imediata: "Condena-os a fogueira e que sejam executados imediatamente!"

Jacques de Molay, perante a fogueira, despiu-se totalmente de suas vestes de Grão-Mestre, ficando nu para simbolizar que era o ser humano Jacques de Molay que estava sendo queimado e não o Grão-Mestre da Ordem dos Templários, e nas suas últimas palavras estabeleceu um prazo de 45 dias ao Papa e de um ano ao Rei para comparecer ante o Tribunal de Deus.

Em 20 de abril de 1314, em Roquemaure, o Papa Clemente V morria vítima de uma infecção intestinal, e no mesmo ano em 29 de novembro, em Fontainebleau, o Rei morria de paralisia provocada por uma queda do cavalo.

Nogaret, assessor legal do Rei e que dirigiu o processo contra a Ordem, morreu misteriosamente em 1314, e quatro delatores que participaram do processo desde o início, também morreram apunhalados ou enforcados. 

Inicia-se a Guerra dos Cem Anos, da França contra a Inglaterra. Na França muitas derrotas militares deixam o país arrasado e a fome toma conta do povo francês. Para piorar, entre 1348 e 1350 a Peste Negra dizima uma parte importante da população.

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Após a morte de Jacques de Molay, o cavaleiro D’Aumont e mais sete Templários fugiram, disfarçados de pedreiros, até a Escócia. Nesse país, favorecidos pelas antigas relações da Ordem, organizaram uma Ordem com dois objetivos:

Um exterior, para difundir o ideal religioso e social dos Templários, de forma que fosse acessível ao povo, e outro interior, para vingar a Ordem da perseguição do Rei e do Papa. A vingança incluía os Hospitaleiros e os Cavaleiros de Malta, beneficiados com a distribuição dos bens dos Templários.

Esta Ordem seria a origem dos Escoceses Maçônicos dos "altos graus".